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quinta-feira, 28 de abril de 2011

Bons gestores de TI são uma raridade no mercado

Publicada em 27/11/2006 às 13h06m

Flávia Rodrigues - O Globo

RIO - Difícil, hoje em dia, é encontrar um bom gestor de tecnologia da informação (TI) no mercado de trabalho. Alguém que tenha conhecimento para integrar diversas soluções de informática e trazer agilidade para as empresas, seja na linha de produção ou na prestação de serviços. As escolas de negócios, bem como executivos e headhunters, já se deram conta da carência desse profissional, lançando cursos e MBAs para formá-los. A FGV, por exemplo, tem MBA com ênfase em TI em Niterói, Friburgo e Petrópolis. O Senac Rio também tem pós-graduação na área.

Os resultados da baixa integração apareceram em uma pesquisa feita pelos professores Nelson Barrizzelli, da Universidade de São Paulo (USP), e Rubens da Costa Santos, da FGV. Ao entrevistarem 668 empresários, concluíram que o país deixa de ganhar R$45 bilhões ao ano pela falta de soluções inteligentes que ponham sistemas de empresas e fornecedores, por exemplo, em conexão. Assim, elas responderiam mais rapidamente às demandas.

Para o headhunter especializado em TI Luiz Felipe Castro, que trabalha para a Case Consulting, três fatores são responsáveis por essa carência. O primeiro deles é que o mercado ainda não é muito conhecido no Brasil. O segundo refere-se ao fato de os jovens que cursam ciências da computação ou informática estarem largando a faculdade porque começam a ganhar bem, muito cedo. Só que, a longo prazo, tornam-se pouco qualificados.

- Já entrevistei gerentes de TI que ganhavam R$6 mil e não tinham nível superior completo. Imagine como é complexo encontrar profissionais com pós-graduação ou doutorado, como às vezes é preciso - diz Castro.

'Em TI, o conhecimento é perecível', diz executivo

Por fim, vem o problema da falta de domínio de um idioma estrangeiro, especialmente o inglês. Neste ponto, a opinião do headhunter se encontra com a do diretor de Processos da Asyst Sudamérica, uma grande empresa do setor. O executivo conta que contrata um funcionário a cada 50 ou 60 candidatos.

- Falta de conhecimento de inglês é um problema enorme. É que, na maioria das vezes, essas pessoas vão lidar com empresas estrangeiras. E é mais raro ainda quem saiba outro idioma, como espanhol - conta. - Uma vez, levei três meses para preencher uma vaga. Quanto maior a especialização, mais difícil fica encontrar o profissional.

Em relação à parte técnica, o executivo explica que o profissional procurado é o que conhece os novos produtos:

- As escolas ensinam conceitos, mas os profissionais precisam manter constante atualização. Não dá para parar de se informar porque a tecnologia muda quase completamente a cada dois anos. É um conhecimento perecível.

O gerente do Centro de Informática e Telecomunicações do Senac Rio, Frederico Novaes, também diz que a renovação tecnológica é implacável, principalmente com a convergência digital entre mídias. Ele é o responsável pelo curso de pós-graduação do Senac Rio:

- O mercado precisará de tecnólogo do conhecimento, tanto quanto dos que montam redes ou prestam suporte de informática. A função do gestor de TI é diferente da exercida por bacharéis em computação. O gestor é alguém que conhece tudo o que existe e sabe coordenar aparelhos corretamente. Pode ser um advogado ou engenheiro também.

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